O Brasil agora tem uma taxonomia verde – e isso muda o jogo para o setor privado

Com o avanço das regulamentações climáticas globais e a crescente pressão por padronização nos critérios ESG, o Brasil acaba de oficializar a sua Taxonomia Sustentável, publicada pelo Ministério da Fazenda com apoio da ONU e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Trata-se de um marco regulatório fundamental que responde à pergunta:
"O que é, de fato, uma atividade econômica ambientalmente sustentável no Brasil?"

A resposta está agora ancorada em critérios técnicos claros, conectados aos objetivos da política climática nacional, como:

  • Mitigação e adaptação à mudança do clima

  • Transição para economia circular

  • Conservação da biodiversidade

  • Gestão hídrica e prevenção da poluição

A proposta brasileira, segundo a Cartilha da Taxonomia Sustentável Brasileira, visa criar uma “bússola verde” para orientar investimentos, políticas públicas, financiamentos e estratégias corporativas sustentáveis” .

Sustentabilidade com critério: a nova lógica do planejamento climático

Na prática, a taxonomia brasileira transforma o conceito de sustentabilidade em algo mensurável, classificável e, sobretudo, financiável.

Para Caio Porciuncula, gerente de clima da SINAI, o impacto é direto sobre a capacidade das empresas de:

  1. Reportar iniciativas climáticas com base técnica padronizada
    1. Isso significa menos subjetividade e mais confiança para investidores, reguladores e stakeholders. Empresas com metas de descarbonização agora têm um framework nacional para embasar seus relatórios, especialmente aquelas que precisam se alinhar a padrões como do IFRS S1 e S2 que foram recentemente implementados pela CVM.
  2. Estruturar projetos que se alinhem a critérios nacionais e internacionais
    1. A taxonomia se alinha aos padrões de green bonds e de fundos climáticos discutidos nas COPs, o que pode facilitar a emissão de títulos verdes, melhorar a atratividade de projetos sustentáveis e acelerar a transição em setores intensivos em carbono.
  3. Acessar capital verde com mais facilidade
    1. O agro é um dos setores com maior potencial de se beneficiar da taxonomia. Com alta exposição a risco climático e pressões externas, produtores rurais, cooperativas e agroindústrias podem usar a taxonomia como base para implementar práticas de baixo carbono e acessar incentivos financeiros para isso.

Isso traz clareza para cadeias de suprimento complexas e setores de difícil abatimento, que muitas vezes enfrentam o desafio de provar a sustentabilidade de suas operações com evidência técnica robusta.

Um novo caminho para destravar o financiamento climático

A criação de uma taxonomia própria posiciona o Brasil como uma referência na América Latina — e tem alto potencial para atrair recursos internacionais.

Benefícios diretos para empresas:

  • Facilita a emissão de green bonds, sustainability-linked bonds e outros instrumentos financeiros sustentáveis

  • Conecta o país a iniciativas como o Artigo 6 do Acordo de Paris (mercado de carbono regulado)

  • Contribui para o acesso a mecanismos de financiamento climático debatidos nas COPs
  • Facilita o reporte de investimentos sustentáveis de acordo com padrões de reportes internacionais

Segundo o próprio Ministério da Fazenda, o objetivo é centralizar esforços de investimento verde e ampliar a segurança jurídica de quem investe em sustentabilidade no Brasil .

O agro em destaque – e com motivos para comemorar

O setor agropecuário tem papel de destaque nesta primeira versão da taxonomia. A agricultura e a pecuária são responsáveis por cerca de 28% das emissões brutas do Brasil, e, ao mesmo tempo, têm alto potencial de se tornarem líderes da transição climática.

O que muda para o agro:

  • Atividades sustentáveis como integração lavoura-pecuária-floresta, recuperação de pastagens degradadas e uso eficiente de recursos naturais podem ser reconhecidas como alinhadas à taxonomia.

  • Abre-se uma porta para financiamento rural verde, com critérios reconhecidos oficialmente.

  • Reforço da credibilidade dos dados ambientais brasileiros junto a mercados internacionais, contribuindo para a superação de barreiras comerciais.

  • Maior interoperabilidade com taxonomias de outros países, facilitando o reconhecimento global de práticas sustentáveis adotadas pelo agro brasileiro.

E por que isso é relevante para a indústria?

Setores como cimento, metais e mineração, químicos e alimentos & bebidas enfrentam obstáculos técnicos reais na descarbonização. Com a nova taxonomia, há um caminho mais claro para planejar e financiar projetos de abatimento, desde que conectados aos objetivos ambientais definidos — especialmente em um contexto de pressão crescente por parte de mercados internacionais.

A entrada em vigor de mecanismos como o CBAM (Carbon Border Adjustment Mechanism) na União Europeia impõe exigências adicionais de rastreabilidade e comprovação de emissões incorporadas nos produtos exportados. Nesse cenário, a taxonomia nacional pode servir como base técnica e regulatória para alinhar processos produtivos às expectativas de mercados com barreiras climáticas mais rigorosas.

Para empresas industriais e suas cadeias de valor, a taxonomia:

  • Ajuda a identificar quais processos produtivos podem ser adaptados para se alinhar à classificação sustentável

  • Cria uma narrativa financeira sólida para justificar investimentos em mitigação

  • Torna mais fácil a conexão com políticas de incentivos nacionais e internacionais

  • Contribui para a adequação a regulações como o CBAM, ao fortalecer a rastreabilidade e a consistência dos dados de emissões utilizados em produtos exportados

Como a SINAI pode apoiar sua jornada

Na SINAI, temos uma convicção: sustentabilidade só gera valor quando é planejada — com dados, cenários e inteligência financeira. E é exatamente isso que a nova taxonomia brasileira permite.

Com o suporte da nossa plataforma, sua empresa pode:

  • Realizar inventários robustos e auditáveis

  • Modelar o impacto financeiro de projetos de descarbonização com curvas de abatimento de custo marginal (Curva MAC) além de indicadores financeiros relevantes para tomada de decisão de investimentos como VPL, TIR e Payback

  • Alinhar sua estratégia de transição aos critérios da nova taxonomia brasileira e às diretrizes internacionais (CSRD, SFDR, ISSB)

Seja para acessar financiamento verde, atender reguladores ou se posicionar à frente no mercado, a taxonomia é a trilha – e o SINAI é a ferramenta.

Próximos passos para empresas

  1. Mapeie suas atividades com base nos critérios técnicos da taxonomia

  2. Avalie quais projetos podem ser classificados como sustentáveis e quais ainda estão em transição

  3. Incorpore os critérios da taxonomia em sua estratégia de carbono e de ESG

  4. Use soluções tecnológicas para gerar dados confiáveis e rastreáveis – a taxonomia é apenas o começo.

O recado está dado: não basta ser verde — tem que provar

O lançamento da Taxonomia Sustentável Brasileira não é só um avanço técnico. É um chamado. Para que as empresas deixem de lado a sustentabilidade no modo reativo e passem a operar com estratégia, ambição e planejamento.

No novo cenário climático, a capacidade de mostrar com clareza o que é sustentável — e quanto isso custa ou economiza — será o diferencial entre quem lidera e quem corre atrás.

Quer entender como alinhar sua estratégia de descarbonização com a nova taxonomia brasileira?

Fale com um de nossos especialistas e descubra como o SINAI pode ajudar sua empresa a transformar sustentabilidade em vantagem competitiva.

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